TEMPO
INTEGRAL É REALIDADE NA ESCOLA VERGÍNIO CERUTTI
Brasil, país de muitas
desigualdades: sociais, econômicas, educacionais. Em relação a esta última,
poderíamos listar vários fatores que têm colaborado para uma educação desigual,
com baixos índices, incompleta e que está voltada para a competitividade,
classificação, eficiência e competências. Nas discussões em torno desse
assunto, não podemos esquecer que a
Constituição Brasileira de 1988 estabelece que educação é “um direito para todos, um dever do Estado e
da família”. Nesse sentido, entendemos que a legislação do Brasil teve avanços significativos nos últimos anos. Entre
eles destacamos a proposta de uma Educação Integral a qual vem “sendo apresentada não apenas como estratégia para o
necessário avanço educacional historicamente devido ao país, mas,
especialmente, como possibilidade de contribuir para o avanço da aprendizagem
dos alunos, bem como com sua formação mais ampla, voltada para seu pleno
desenvolvimento” (MENEZES, 2012).
O DECRETO Nº 51.316, DE 21 DE
MARÇO DE 2014 instituiu a Escola em Tempo Integral no Ensino Fundamental dos
estabelecimentos de ensino da rede pública estadual, em conformidade com a Lei
n.º 14.461, de 16 de janeiro de 2014. O seu art. 2 evidencia que o objetivo da
educação integral é “garantir a formação integral do(a) estudante a partir da
ampliação da jornada escolar e da oferta de atividades curriculares de caráter
cognitivo, cultural e desportivo, com a finalidade de garantir o direito à
aprendizagem e o exercício da cidadania.”
No Estado do RS, neste ano, foram
23 as escolas que tiveram a oportunidade de iniciar as atividades em Tempo
Integral e a meta é atingir 50% das escolas em 10 anos. Como profissionais, que
estamos vivenciando essa mudança na nossa escola, acreditamos que o período
integral busca reorganizar tempos, espaços e oportunidades educativas com foco
no multiculturalismo. Ampliando o tempo na escola, permite-se ao aluno um
aprofundamento em seu conhecimento, a valorização das áreas que fazem parte da
sua formação, um olhar mais ampliado sobre diferentes fatores, o que permite um
processo de reflexão, estudo, pesquisa, criação, diálogo, apropriando-se do
processo de aprendizagem e desenvolvendo competências tanto intelectuais quanto
sociais.
A proposta do Turno Integral é
tornar a aprendizagem mais significativa, oferecer oficinas pedagógicas com
alternativas de lazer, esporte, arte e cultura, além de atividades que
desenvolvam habilidades para geração de emprego e renda, contribuindo para a
redução das desigualdades educacionais e para a valorização da diversidade
cultural brasileira. O projeto prevê a permanência do estudante na escola,
sendo assistido em suas necessidades básicas e educacionais, resgatando sua
autoestima e atingindo efetivamente a aprendizagem.
Desafios? Foram e ainda serão
muitos. Mas o que nos motiva enquanto educadoras é a possibilidade de fazermos
do Tempo Integral um espaço importante de formação, de troca de
saberes, de criação, inovação, de hábitos de estudo, de alimentação, higiene,
recreação, de pesquisa, contribuindo para a socialização dos indivíduos, para a
construção de pessoas mais humanas, autônomas, críticas e intelectualmente
desenvolvidas.
Acreditamos que a educação tem solução, sim. O que precisamos? Gestores,
professores, funcionários, pais, alunos, comunidade, governos, comprometidos,
que planejem, dialoguem e comecem a fazer a diferença. Cada um precisa ter a
atitude de começar.
Silvana do Carmo
Cerutti - Coordenadora Pedagógica
Jaqueline
Trevisol – Professora de Matemática
Eliane Maria
Cocco – Professora de Experiências Matemáticas
Escola Estadual
de Ensino Fundamental Vergínio Cerutti – CIEP