sábado, 17 de janeiro de 2015

XXVII Simpósio da ANPAE


MAIS INFORMAÇÕES:

http://www.anpae.org.br/simposio2015/index.html#/

I Encuentro Latinoamericano de Profesores de Política Educativa



MAIS INFORMAÇÕES:

http://www.encuentrorelepe.com.br/

V SENIEE



MAIS INFORMAÇÕES:

http://www.unioeste.br/eventos/senieeseminario/

6º SBECE - 3º SIECE



INFOREMAÇÕES:

http://www.sbece.com.br/

EDITAL DE SELEÇÃO DE ALUNOS AO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA PÓSGRADUAÇÃO – PEC/PG - 2015/1



Oportunidade para cursar disciplinas como aluno especial na UFRGS

INSCRIÇÕES:  16 de janeiro a 10 de fevereiro de 2015

mais informações:  http://www.ufrgs.br/ppgedu/linhas.html


QUANDO A ESCOLA É DEMOCRÁTICA

TOGNETTA, Luciene Regina Paulino; VINHA, Telma Pileggi. Quando a escola é democrática: um olhar sobre a prática das regras e assembleias na escola. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2007.  – (Coleção Cenas do Cotidiano Escolar)


1 UM RECORTE DA REALIDADE ESCOLAR ATUAL

“O respeito à autonomia a á dignidade de cada um é um imperativo ético e não um favor que podemos ou não conceder aos outros.” Paulo Freire

AMBIENTE AUTOCRÁTICO: o aluno deve:
                -ficar sentado o tempo todo;
                -estar sempre atento;
                -não fazer outra coisa que não aquilo que o professor mandar;
                -ir ao banheiro ou beber água em horários fixados;
                - ficar calado.

AMBIENTE INDIVIDUALISTA:
                -cada um faz a sua atividade;
                -não ajudar o colega na lição
                -cada aluno tem o seu material;
                -não pode conversar.

“profissionais das regras” ou “sargentos instrutores” sempre estão atentos às menores transgressões:
                -aluno retorna do recreio após o docente;
                -acabar de comer o lanche ao término do intervalo;
                -chupar bala na classe;
                -nuca apoiada no encosto da cadeira;
                -se o aluno tira os sapatos;
                -se quer ir ao banheiro pouco antes do recreio;
                -se está fazendo outra coisa na sua aula que não seja os exercícios da sua disciplina.

RELAÇÃO EDUCATIVA REQUER:
                -leveza;
                -clima bem-humorado e amistoso

Pesquisa de 2003: 47% dos professores dedicam entre 21% e 40% do dia escolar aos problemas de indisciplina e de conflitos entre alunos. Isso causa estresse, tensão e angústia.

O QUE ESTAMOS PRIORIZANDO?
                -advertir por usar boné? E quanto as agressões verbais?
                -punir alguém da mesma forma alguém que agride ou furta como alguém que esconde o tênis do colega ou não faz a atividade.

INDISCIPLINA OU DESOBEDIÊNCIA -  autoridade do professor (eu – eles)
DESRESPEITO OU AGRESSÃO – entre eles (eles – eles)

Em quais situações intervimos de forma mais firme? Em qual das situações podemos trabalhar valores e regras?
                EX: aluno com pirulito ao término do recreio; chamar a colega de piranha; ir ao banheiro logo após o recreio.

Qual o ideal de aluno que queremos? Padronizado? Que aprenda do mesmo jeito e no mesmo ritmo? Que estejam todos atentos? Que tenham o mesmo jeito de falar, de mover-se?

O QUE É INDISCIPLINA?
                -risadas, brincadeiras, questionamentos “fora de hora”, movimentação, desatenção?
“o aluno considerado indisciplinado, não necessariamente é imoral. Pelo contrário, imoral pode ser o professor, supervisor ou diretor, que impõe regras em benefício próprio, e espera que os outros obedeçam.” (ARAÚJO, 1996, p. 110) . p. 27

O QUE É MORAL?
                “toda moral pede disciplina, mas toda disciplina não é moral. O que há de moral em permanecer em silêncio horas a fio, ou em fazer fila? Nada, evidentemente.” (La Taille, 1996, p. 20). P. 27
Educação autoritária tende a gerar indivíduos submissos, conformistas e obedientes.
Para Piaget “é necessário vivenciar relações de respeito mútuo e cooperação, que oferecem condições favoráveis ao desenvolvimento da autonomia e dos sentimentos morais necessários para ver a si e ao outro como sujeitos de direito.” P. 29

2-CONSIDERAÇÕES SOBRE OS PRINCÍPIOS E AS REGRAS NÃO-NEGOCIÁVEIS
“Autonomia é um poder que não se conquista senão de dentro e que não se exerce sendo no seio da cooperação.” J. Piaget

MORALIDADE – implica regras
REGRAS – “são formulações verbais precisas, que nos dizem com clareza o que devemos ou não fazer.” (La Taille, 2006) p. 33 – se referem como agir.
                Como é impossível regras para todas as situações, por isso devemos entender o que está por trás das regras , que são os princípios.
                Devem ser estabelecidas através do diálogo com todos, estabelecendo compromissos, mostrando as vantagens e desvantagens;
                Para uma boa regra, são necessários bons argumentos.

PRINCÍPIOS – “são o espírito das regras, correspondem ás matrizes das quais se derivam as últimas.” p. 33. Se refere em nome do que agir.
                São princípios: justiça, respeito, igualdade, dignidade.

“uma pessoa que age moralmente é aquela que possui valores e princípios que levam em conta o outro e que compreende as regras como a tradução desses valores e desses princípios.” P. 35
La Taille (2002, p. 47): “educar moralmente é levar a criança a compreender que a moral exige de cada um o melhor de si, porque conhecer e interpretar princípios não é coisa simples: pede esforço, pede perseverança.”  P. 35
“quanto mais regras, menos as pessoas as cumprem.” P. 35

Para construir as regras é preciso, em primeiro lugar, refletir quais os princípios norteadores para essas regras. Caso isso não aconteça uma regra poderá não ter validade.
                EX:
REGRA
PRINCÍPIO
Uso do uniforme
 segurança, identificação – BOM
não falar ao comer
porque pode dar dor de barriga– NÃO ATENDE
Não uso do boné
Porque aumenta a umidade do couro cabeludo – é regra da escola - NÃO ATENDE
Mascar chiclete
Contribui para gastrite, cáries e dor de cabeça - NÃO ATENDE
Não podem se servir sozinhas

Proibido ir ao banheiro durante a aula ou beber água
Porque alguém foi e demorou a voltar – então todos devem fazer parte da punição?

                É preciso refletir se muitas das nossas regras não acabam por “matar a criança”. P. 38

CONFLITOS?
                - sempre estarão presentes ;
                -fazem parte das relações humanas;
                -parte importante do currículo;
                -“oportunidade para auxiliar as crianças a reconhecer os pontos de vista dos outros e as aprender, aos poucos, como buscar soluções aceitáveis para todas as partes envolvidas.” P. 40
                -“são grandes oportunidades para que as crianças possas dizer o que sentem, e, retirado o peso da autoridade (quando podem, entre pares, resolver seus problemas), possam comover-se com a dor do outro.” P. 42

EX: a)“Será que conseguiremos usar boné ou mascar chiclete sem causar transtornos ou incomodar as pessoas?” p. 41
b)problema das  apostas de cartinhas – o professor deve amparar as crianças, refletir sobre o significado da aposta, quem ganha? Quem perde? O que sente? É bom?

Se eu não concordo com uma regra, devo apresentar propostas de soluções ou alternativas  viáveis.

“QUEIXA-LAMENTO”
                -Transferência de responsabilidade;
                -a pessoa que faz a queixa espera uma solução ao invés de tentar entender o problema;
                -maneira de denunciar seu mal-estar;
                -fortalece e amplia a situação que originou o lamento;
                -garantia de que a situação não mudará.

REGRAS INDISCUTÍVEIS: (aqui entram os princípios éticos)
                -Não pode bater nos outros;
                -ser justo;

O QUE DEVEMOS DISCUTIR?
                -O que é justiça?
                -o que significa tratar os outros com respeito?
                -razões, princípios que estão implícitos em determinadas regras?

“Nem sempre se esclarece quais são os limites ou se há diferença entre os tipos de regras; tampouco ‘o porquê’ das regras é analisado pelo docente.” P. 55
Precisamos estudar qual é o papel das regras.
Regras surgem de uma necessidade. Por que, então, regras na primeira semana de aula?
“regras são acordos elaborados pelos integrantes do grupo para resolver situações que surgem e balizar as relações. Esses acordos não são rígidos, estáticos ou preestabelecidos, nem privilegiam alguns em detrimento de outros.” P. 56

REGRAS – são coletivas e exigem regularidade.

3 AS REGRAS CONTRATUAIS: AS ASSEMBLEIAS
“Uma grande parte dos alunos de nossas escolas não experimenta o sentimento de pertencimento ao grupo de que participa. A assembleia é, ao menos, uma oportunidade de se sentir ‘pertencendo’”. P. 59

Assembleias  - “possibilidade de evolução moral dos sujeitos que delas participam.” P. 60
Puig (2000, p. 86) “o momento institucional da palavra e do diálogo. Momento em que o coletivo se reúne para refletir, tomar consciência de si mesmo e transformar o que seus membros consideram oportuno, de forma a melhorar os trabalhos de convivência.” P. 61

Assembleia –  reuniões de diálogos, informativas, análise do que se passou, analisar causas de fatos ocorridos, motivos que dificultam as atividades escolares.
                -momento para se decidir o que se quer fazer, o que desejam para a vida na sala de aula.
                -espaço para conhecer melhor os alunos e vice-versa, em que as regra são formuladas e reformuladas, em que se discutem conflitos e negociam-se soluções.
                -momento de avaliação, de expressão de sentimentos e de negociação das ações.
                -espaço para parabenizar conquistas, valorização, reconhecimento e de discussão de projetos futuros.
                -espaço para discutir princípios, atitudes para a construção de regras e resolução de problemas.
                -são consideradas legislativas e não judiciárias;
                -
TIPOS DE ASSEMBLEIAS

1-Assembleia de classe –  somente a turma
Objetivo: regular e regulamentar a convivência e as relações interpessoais, resolver conflitos
Periodicidade – semanal (1 hora) ou quinzenal (90 a 120 min)
Conduzidas – pelo regente e alunos representantes.

2-Assembleias de nível ou segmento – turmas de um mesmo nível
Objetivo – regular e regulamentar a convivência e as relações interpessoais, resolver conflitos, uso dos espaços e projetos comuns;
Periodicidade: mensal
Participam: professores e dois representantes de cada classe, o coordenador, o orientador e o representante dos funcionários.

3-Assembleia de escola –
Objetivo: regular e regulamentar a convivência e as relações interpessoais e a convivência no âmbito dos espaços coletivos;
Periodicidade: mensal;
Participam: integrantes da direção, representantes da comunidade escolar.

4-Assembeias docentes –
Objetivo: regular e regulamentar o convívio entre os docentes, a direção, com o PPP, os conteúdos da vida funcional e administrativa da escola;
Periodicidade: mensal
Participam: docentes, direção, representantes da CRE

ASSEMBLEIA DE CLASSE

A IMPLEMEMENTAÇÃO – pode variar de acordo com a classe ou idade.
1º) Introduzir o tema (sugestão para os pequenos “ A assembleia dos ratinhos”  - maiores poderiam perguntar para os pais o que é assembleia e se já participaram de alguma); o que é assembleia, sua importância; o que se faz; como se organiza.
Questões que podem necessitar de uma assembleia:
                a) Há conflitos entre nós?
                b) quem terá que resolvê-los?
                c) como podemos fazer isso?
                d) podemos fazer no meio das aulas ou precisamos de um momento determinado?
                e) Temos esse tempo?
                f) há progresso nas relações? Quando tratamos deles?
Neste primeiro momento trabalhar também a questão da pauta de uma assembleia.

2º) O professor auxilia na organização da assembleia;
                -horário;
                -discussões;
                -ordem;

3º) Temas  a serem abordados nas assembleias:
                -temas  de organização da sala ou das atividades;
-temas relacionados ao convívio escolar (limpeza da sala, do pátio, ruídos, organização do espaço, alimentos oferecidos no bar, livros da biblioteca,  atividades durante o recreio, etc.)
                -relações interpessoais (assédio, brigas, bullying, etc.)
                - Com maiores – conteúdo trabalhado, sobrecarga de tarefas, dificuldades com determinada aula, como auxiliar os colegas com dificuldades, formas de avaliação);
                -o que é certo e justo;
                -medidas disciplinares da instituição;
                -prováveis incoerências entre o dizer e o fazer;
                -obrigações dos professores com relação aos seus alunos;
                -responsabilidade dos alunos entre si.
                -temas informativos;

4º)Não podem ser temas das assembleias
-temas inegociáveis: dever ou não estudar; horário das aulas; duração do recreio;
-problemas muito particulares;

IMPORTANTE: bom senso do professor em discutir sobre que conflitos levar pra assembleia, estabelecer combinados, se tornarem repetitivos discutir sobre os tipos de conflitos, as vantagens e desvantagens de encaminhar esses conflitos para esse espaço. Pequenos conflitos são importantes serem resolvidos individualmente.

Esse trabalho exige “tempo, paciência, coerência e intervenções construtivas.” P. 71

A ORGANIZAÇÃO DA PAUTA -
                Qualquer pessoa (aluno, professor, funcionário, direção) pode sugerir  um assunto;
-Afixar cartaz bem visível com as sugestões;

Sugestão  de cartaz para a pauta
QUE PENA QUE / não gostei / quero falar sobre
QUE BOM QUE / gostei
SOLICITAMOS
FIZEMOS
-brigas no futebol;
-por que não deixam crianças menores jogar?
-algumas pessoas só conversam com quem é amigo;
-o problema do namoro;
-as pichações no banheiro;
-a organização da festa de ;
-eu não tenho nenhum amigo;
-as atividades da semana cultural;
-o campeonato;
-as atividades extraclasse;
-eu critico quem atrapalha na aula de ...;
-eu critico que meche no meu cabelo;
-colegas pegam material e não devolvem;
-eu felicito a professora porque ela deixou a gente inventar coisas;
-felicito um menino porque foi legal comigo;
-felicito nossa turma porque estamos conseguindo conversar mais baixo;
-felicito uma menina que brinca comigo e é legal;
-eu felicito um colega porque me ajuda nas atividades que não sei
-agradeço pelas atitudes de respeito;




-CUIDADOS: a pauta deve estar pronta no momento da reunião; não se pode expor nomes;  as colocações devem ser impessoais; os temas somente devem ser tratados no dia da assembleia ( não se faz comentário durante a semana pois isso inibe o aluno); o professor deve ter sempre algo para discutir; se um assunto for um professor que não é que conduz a assembleia, o mesmo deve ficar ciente do acontecido e dos compromissos assumidos;  não se pode acusar pessoas e sim discutir as ações;
– é papel do professor intervir, explicar, apresentar procedimentos que agilizem o diálogo (evitar discursos longos e sermões)

ORGANIZAÇÃO DA ATA –  
Pode ser numa pasta ou livro-ata (caderno)
Itens – data, local, temas da pauta e as regras e decisões tomadas; os encaminhamentos sugeridos para o enfrentamento dos conflitos; final equipe que coordenou e a assinatura de todos.
IMPORTANTE: descrever sentimentos expressos, falas significativas, atitudes,

OS ALUNOS – COORDENADORES
Professor  e 2 alunos – ou – 3 alunos (primeiro coordena, o segundo é o redator e o terceiro anota no quadro o nome dos que querem a palavra). O professor deve sempre colaborar
Para os pequenos é condição que o professor seja o relator.
Os representantes são rotativos. Pode ser quinzenal ou mensal. Pode um ficar e outro sair.

A DISPOSIÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO – círculo ou semicírculo

CONDUÇÃO E DESENVOLVIMENTO -
1º) coordenador apresenta a pauta a partir dos temas do cartaz;
2º) consultar o grupo de todos os temas do cartaz foram contemplados e se concordam;
3º) coordenador apresenta o primeiro tema e colocar o objetivo do mesmo, em seguida pergunta se a pessoa que escreveu o tema quer se manifestar ( não é obrigado), em seguida abre-se para os demais falarem;
- Numa situação apresentada discutir: porque isso acontece? Como? O que fazer em relação a essa situação? Como me sinto? Como vamos resolver?
4º)votação do procedimento; (a favor, contra, ou abstenções);
5º) registrar os acordos, compromissos  com precisão e quem vai acompanhar ;
(se preciso retomar as atas anteriores para relembrar acordos e ver se todos estão cumprindo)
 PARA O PROFESSOR: organizar as manifestações; auxiliar os alunos a falarem em termos gerais;   controlar o tempo, nas primeiras reuniões pode não dar tempo e a pauta deve continuar na próxima reunião – estimular mas não impor a participação de todos – incentivar e apoiar diferentes falas -  dirigir as intervenções para não fugirem do tema – garantir que as ideias e posições foram esclarecidas e resumir o assunto antes de mudar de questão – incentivar propostas de temas.
                               - É PRECISO: empatia, tolerância, paciência, respeito, honestidade, responsabilidade.
PODEM SER FEITOS CARTAZES, COM TIRAR, COM AS REGRAS – assim fica fácil ir retomando e avaliando e no momento que todos cumprem pode ser tirada da parede.

ENCERRAMENTO DA ASSEMBLÉIA –
 - Reservar 10 minutos para felicitações, resgate do que foi progredido, quem vai fazer cartazes, fazer uma síntese.
Ex. de cartaz
TEMA
ACORDO
ENCAMINHAMENTO





RESOLUÇÃO DE CONFLITOS E CONSTRUÇÃO DE REGRAS NAS ASSEMBLÉIAS
-Discussão deve centrar-se nas causas e consequências;
-regra irá apontar a conduta da classe contrária a tal ação;
-tem que beneficiar a todos;
-objetivo é contribuir para o ambiente de trabalho, justiça e responsabilidade;
-regras são necessidades e não imposições;
-regras precisam ser bem claras  - “comportar-se na hora do recreio” , “usar palavras boas com os outros”, “respeitar as pessoas”. ????? (é importante refletir sobre os princípios)
“nas situações de conflito, é importante buscar diferentes soluções não –punitivas, não-violentas, que atuem sobre as causas, que respeitem princípios, de forma que os integrantes possam ir percebendo que o grupo desaprova determinados comportamentos e ações.” P. 93

EXEMPLO DO ESQUECIMENTO DOS LIVROS
                - alunos esqueciam dos livros para devolver na biblioteca;
                - intervenção da professora – colocou o problema para a turma e pediu soluções. No primeiro momento as crianças começaram a propor castigos.
                -a prof.  Então refletiu o porque do esquecimento então pediu como se ajudariam pra que isso não acontecesse mais ( os alunos sugeriram escrever na agenda um dia antes e chegando em casa olocar o livro ao lado da mochila)
                -mesmo assim ainda alguns esqueciam. A prof. Novamente fez intervenção e os alunos sugeriram amarrar uma fita vermelha na mochila no final da aula para lembrar do livro

CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES
“um acordo significa o compromisso de todos os integrantes de cumpri-lo assim como o de contribuir para auxiliar aqueles que ainda apresentam dificuldade em fazê-lo.” P. 94

As relações interpessoais devem ser trabalhadas por todos os professores e não ficar a cargo de um só professor.

- É preciso momentos em que os outros docentes saibam dos combinados e ajudem na implementação das resoluções e dos acordos firmados.
“Se as normas são mudadas espontaneamente conforme as coisas acontecem ou de acordo com cada professor, elas perdem a credibilidade.” P. 95

-Uma assembleia não pode ser momento de “acusação”, “hora da delação”, “fofoca”. “A descoberta do direito de ter segredos, de revelar ou não pensamentos e ações é fundamental para um desenvolvimento equilibrado.” P. 99

- Assembleias não são “mágicas”, “são possibilidades de resolução de conflitos e uma oportunidade para que crianças e adolescentes se sintam pertencentes a grupo e responsáveis por este.” P. 100

-Assembleias, além de possibilitarem soluções para o tema em debate, transmitem ““valores como a participação, a cooperação, o diálogo e a autonomia””. P. 101

-É preciso ter muito cuidado com problemas individuais  e que não são resolvíveis em assembleias : “eu não tenho amigos”, “algumas pessoas ficam me zoando”, “nunca me chamam pra jogar”, “meus amigos ficam me dando ordens”. O que pode ser feito é, em outros momentos, elaborar atividades que envolvam a expressão de sentimentos, de auto-reflexão, etc. – trabalho para o SOE

-Cuidar para não avaliar, expor, julgar, diminuir e acusar colegas.

-O professor deve cuidar para não induzir. O professor precisa estar atento as próprias reações no momento da assembleia.
“Para haver a mudança de fato no comportamento de uma pessoa é necessária, primeiramente, a tomada de consciência do erro, e esta, embora não possa ser imposta exteriormente, pode ocorrer, algumas vezes, por meio da constatação das consequências dos atos e também da reflexão e da análise das perspectivas e dos sentimentos envolvidos. Nem sempre o emprego de uma sanção é necessário.” P. 108

-não podem ser espaços para legitimar necessidades dos professores, de desconsolo do professor. “assembleia deve ser uma caixa de ressonância das angústias do grupo, ‘dos seus interesses, das suas paixões e das suas vontades; enfim da vida’”. (PUIG, 2000, p. 131)  - p. 113, 114

MODELO DE ATA
ASSEMBLEIA Nº _____ DATA __/___/_________
Início: ___________     Final: ____________

Pauta:

Não gostei / críticas:

Gostei/ felicitações:

Discussão:

Sugestões:

“a autocracia é imposta ao indivíduo, mas que a democracia não se impõe, visto que ele precisa aprendê-la.” P. 119

4 – OUTRO RECORTE DA REALIDADE ATUAL: QUANDO O AMBIENTE É DEMOCRÁTICO
“Ao rever e rediscutir as regras sempre que for preciso, ao modifica-las ou construir outras quando necessário, o professor está auxiliando o aluno a compreender que uma norma não é boa ou ruim por si mesma, e que sua validade não depende da autoridade de quem a impõem, mas sim da função que exerce para as pessoas que fazem uso dela.” P. 126

PROBLEMAS – são parte do processo educativo
METAS DO TRABALHO EDUCATIVO – responsabilidade, liberdade, saber expressar sentimentos, cooperação, diálogo.

TRÊS TIPO DE EDUCAÇÃO MORAL
A)     EDUCAÇÃO AUTORITÁRIA: o adulto impõe as regras. Em caso de desobediência aplicam-se sanções e castigos. Essa educação gera indivíduos submissos, conformistas, obedientes.
B)      EDUCAÇÃO POR AMEAÇA DE RETIRADA DE AMOR: o adulto ao ser contrariado demonstram tristeza. Essa educação gera sentimentos de culpa, de não participação, de falta de ideia, tímidos e melancólicos
C)      EDUCAÇÃO ELUCIDATIVA: ao dar uma ordem, a necessidade daquele limite é esclarecida. Nessa educação, o erro faz parte do processo. Através do erro a criança aprende a refletir, orientar seus pensamentos, observar, se prevenir.

“o importante não é a mera obediência ás normas por regulação exterior. O essencial é o processo utilizado para obtermos a cooperação da criança ou do jovem.” P. 129 O foco dos professores deve ser os “procedimentos”.

“cada vez que damos liberdade, damos também responsabilidade. O valor pedagógico da primeira deve ser avaliado em função da importância da segunda, pois dar liberdade sem dar responsabilidade é, na verdade, não dar liberdade”. (La Taille, 1998, p.71). p. 130

Sanções de reciprocidade – “ motivar a criança e o adolescente a construir por si regras de conduta através da coordenação de pontos de vista. “ p. 131

“uma pessoa disciplinada não é aquela que é treinada para obedecer, mas sim aquela que compreende as razões de se comportar de um modo ou de outro.” P. 131


CONSIDERAÇÕES FINAIS
Querer formar pessoas moral e intelectualmente autônomas, ou seja, ter a autonomia com o objetivo da educação, implica, necessariamente, a reformulação da atuação pedagógica do educador.” P. 133

Ao invés do professor utilizar o poder da autoridade, o uso de recompensas e de punições, “faz-se necessário que propiciem que a apropriação das normas se dê por meio da reflexão, da discussão e da ação, permitindo à criança perceber as consequências naturais decorrentes de suas atitudes (reciprocidade)”. P. 134

A tarefa dos educadores democráticos – explicitar os princípios éticos de forma clara;
                                                               -incentivar a reflexão e análise crítica de valores, atitudes e tomadas de decisão;
                                                               -proporcionar ao aluno sentir-se parte da comunidade;
                                                               -não fazer uso de recompensas;
                                                               -não julgar valorativamente os alunos;
                                                               -reconhecer os sentimentos e o quanto eles são importantes

“A apropriação desses princípios éticos e sua implementação na escola são tarefas nossas, educadores, comprometidos em favorecer o desenvolvimento moral de nossas crianças e de nossos adolescentes.” P. 135
“não se trata de um processo de ensinar virtudes do ponto de vista pedagógico, mas de um constante favorecimento de que elas possa ser exercitadas e tornarem-se parte das condutas humanas.” P. 136

OBJETIVOS PEDAGÓGICOS:
                1-Estrutura da razão: tomar consciência das ações -  espaços para discussão de situações problemas e dilemas morais;
                2-Ação do sujeito: incentivar o aluno fazer o que é capaz;
                3-Exercício das escolhas: das oportunidade do aluno tomar decisões e responsabilizando-se por elas;
                4-Trocas entre iguais: respeito mútuo. Minimizar autoritarismo a fim de que as relações de punição e pressões se transformem em confiança;
                5-Alternativa aos limites pela cooperação: contratos legislados por todos do grupo diante da necessidade de regras de convivência.
                6-Educação do sentimento: falar de si, reconhecer seus sentimentos, manifestar-se.