Ontem, dia 22 de maio, estive participando do 5º Seminário Brasileiros de Estudos Culturais e Educação (SBECE) e 2º Seminário Internacional de Estudos Culturais e Educação (SIECE) que foi realizado nos dias 20, 21 e 22 no campus da ULBRA Canoas-RS.
O objetivo do evento foi promover discussões que articulem educação e cultura nas contingências do espaço-tempo, abordando transformações contemporâneas relacionadas a concepções, significados e usos do conceito de espaço-tempo, bem como seus desdobramentos nos múltiplos e plurifacetados panoramas educativos e educacionais da atualidade.
O evento foi uma promoção do Programa de Pós-graduação em Educação da ULBRA com a cooperação do Programa de Pós-graduação em Educação da UFRGS.
Resumo: No ano de 2005, professores e alunos de escolas públicas foram surpreendidos por uma proposta de inscrição em uma Olimpíada a qual contemplava somente as escolas públicas de Educação Básica. Estava iniciando a Olimpíada de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP). Hoje, a OBMEP é considerada a maior competição matemática do mundo. Além do grande número de alunos participantes, há o envolvimento de muitas pessoas como coordenadores de escola, coordenadores regionais, universidades e instituições de pesquisa e administrações públicas. O Ministério de Educação e Cultura (MEC) e o Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI) são os responsáveis pelo pagamento de todos os custos e quem realiza são o Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) e a Sociedade Brasileira de Matemática (SBM). A OBMEP é uma avaliação que desempenha um importante papel nas relações pedagógicas e pode ser um instrumento de controle, de regulação ou de emancipação, dependendo da forma como é planejada, aplicada e como os resultados obtidos são analisados e transformados em ações que possibilitem a tomada de decisões, aquisição de conhecimentos e o exercício da democracia. Nesse sentido, o objetivo geral dessa pesquisa é analisar a OBMEP a fim de verificar se ela se constitui como uma política educacional de avaliação em larga escala. Assim, surgiram alguns questionamentos: Quais os objetivos da OBMEP? Qual é o objetivo do Estado com a adesão da OBMEP? Em que contexto político de avaliações externas a OBMEP surge? Como os alunos, os professores e as Direções valoram a Olimpíada? Por que a escola adere à Olimpíada? Para atingir os objetivos traçados, será realizada uma revisão de literatura sobre políticas públicas e avaliação. Também, uma pesquisa de campo com enfoque qualitativo. A amostra da pesquisa será composta por professores de Matemática, coordenadores da Olimpíada das escolas que participam da OBMEP e Direções das escolas estaduais, municipais e federais de Frederico Westphalen, RS, idealizadora da Olimpíada, coordenadora da OBMEP na região, e organizadores da aplicação da segunda fase na cidade. Os instrumentos para coleta de dados serão questionários semiestruturados e entrevistas individuais parcialmente estruturadas. A análise dos dados obtidos será do tipo qualitativa. Diante do exposto, é de fundamental importância ampliar os espaços de estudo e discussão e tornar conhecidas as políticas públicas educacionais para que se possa construir um sistema democrático em que toda a comunidade escolar seja capaz de refletir e participar das decisões buscando novas soluções para a conquista da autonomia. No caso da Olimpíada de Matemática é importante reconhecer o papel que ela assume no contexto da escola enquanto instituição promotora da transformação social.
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