quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

TEXTO PUBLICADO NO "O ALTO URUGUAI" - 27 de dezembro de 2014

TEMPO INTEGRAL É REALIDADE NA ESCOLA VERGÍNIO CERUTTI

Brasil, país de muitas desigualdades: sociais, econômicas, educacionais. Em relação a esta última, poderíamos listar vários fatores que têm colaborado para uma educação desigual, com baixos índices, incompleta e que está voltada para a competitividade, classificação, eficiência e competências. Nas discussões em torno desse assunto, não podemos esquecer que a Constituição Brasileira de 1988 estabelece que educação é  “um direito para todos, um dever do Estado e da família”. Nesse sentido, entendemos que a legislação do Brasil teve avanços significativos nos últimos anos. Entre eles destacamos a proposta de uma Educação Integral a qual vem “sendo apresentada não apenas como estratégia para o necessário avanço educacional historicamente devido ao país, mas, especialmente, como possibilidade de contribuir para o avanço da aprendizagem dos alunos, bem como com sua formação mais ampla, voltada para seu pleno desenvolvimento” (MENEZES, 2012).
O DECRETO Nº 51.316, DE 21 DE MARÇO DE 2014 instituiu a Escola em Tempo Integral no Ensino Fundamental dos estabelecimentos de ensino da rede pública estadual, em conformidade com a Lei n.º 14.461, de 16 de janeiro de 2014. O seu art. 2 evidencia que o objetivo da educação integral é “garantir a formação integral do(a) estudante a partir da ampliação da jornada escolar e da oferta de atividades curriculares de caráter cognitivo, cultural e desportivo, com a finalidade de garantir o direito à aprendizagem e o exercício da cidadania.”
No Estado do RS, neste ano, foram 23 as escolas que tiveram a oportunidade de iniciar as atividades em Tempo Integral e a meta é atingir 50% das escolas em 10 anos. Como profissionais, que estamos vivenciando essa mudança na nossa escola, acreditamos que o período integral busca reorganizar tempos, espaços e oportunidades educativas com foco no multiculturalismo. Ampliando o tempo na escola, permite-se ao aluno um aprofundamento em seu conhecimento, a valorização das áreas que fazem parte da sua formação, um olhar mais ampliado sobre diferentes fatores, o que permite um processo de reflexão, estudo, pesquisa, criação, diálogo, apropriando-se do processo de aprendizagem e desenvolvendo competências tanto intelectuais quanto sociais.
A proposta do Turno Integral é tornar a aprendizagem mais significativa, oferecer oficinas pedagógicas com alternativas de lazer, esporte, arte e cultura, além de atividades que desenvolvam habilidades para geração de emprego e renda, contribuindo para a redução das desigualdades educacionais e para a valorização da diversidade cultural brasileira. O projeto prevê a permanência do estudante na escola, sendo assistido em suas necessidades básicas e educacionais, resgatando sua autoestima e atingindo efetivamente a aprendizagem.
Desafios? Foram e ainda serão muitos. Mas o que nos motiva enquanto educadoras é a possibilidade de fazermos do Tempo Integral um espaço importante de formação, de troca de saberes, de criação, inovação, de hábitos de estudo, de alimentação, higiene, recreação, de pesquisa, contribuindo para a socialização dos indivíduos, para a construção de pessoas mais humanas, autônomas, críticas e intelectualmente desenvolvidas.
Acreditamos que a educação tem solução, sim. O que precisamos? Gestores, professores, funcionários, pais, alunos, comunidade, governos, comprometidos, que planejem, dialoguem e comecem a fazer a diferença. Cada um precisa ter a atitude de começar.

Silvana do Carmo Cerutti  - Coordenadora Pedagógica
Jaqueline Trevisol – Professora de Matemática
Eliane Maria Cocco – Professora de Experiências Matemáticas

Escola Estadual de Ensino Fundamental Vergínio Cerutti – CIEP

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